Cinema em família: 5 filmes para refletir e desenvolver a inteligência emocional

Cinema em família: 5 filmes para refletir e desenvolver a inteligência emocional

A arte nos ajuda a refletir sobre as nossas habilidades emocionais. Confira 5 filmes para um cinema em família. Estão prontos?

Atribuída a Aristóteles é a frase “A arte imita a vida”, já Oscar Wilde, escritor britânico, disse que “a vida imita a arte muito mais do que a arte imita a vida”. Ao invés de filosofarmos sobre a ordem da relação entre Vida e Arte, podemos focar no fato de que elas estão, de fato, relacionadas e tirar proveito das análises que as produções culturais nos permitem fazer em relação ao nosso cotidiano.

Antes de trazer algumas dicas de filmes para refletirmos, é importante abrirmos um parêntese para pensarmos no AGORA. A crise mundial, ocasionada pela Pandemia do coronavírus (COVID-19), tem afetado nossas rotinas, relações, o nosso tempo e até o nosso espaço. O que você feito durante este período? Está encarando este momento como uma oportunidade de cruzar mundos emocionais com a sua família?

O que estamos questionando aqui é se este tempo maior em casa tem sido apenas de presença física ou de presença emocional também? Enfim, o propósito aqui é enxergarmos a sessão cinema em família como uma oportunidade de conexão emocional profunda em entre todos vocês, aproveitem!

Cinema em família: acolhimento e proximidade emocional
Para começar, sugerimos o curta metragem animado “Os Heróis de Sanjay”. Nele, o autor retrata sua própria infância e a relação com seu pai.
https://www.youtube.com/watch?v=OWUOiY5Q6uE&t=12s 

O filme evidencia que o acolhimento familiar deve acontecer mesmo quando os interesses dos entes são distintos, aliás, o acolhimento e a proximidade emocional dos personagens do desenho fizeram com que, aos poucos, seus mundos se cruzassem e Sanjay passasse a se interessar pela cultura que seu pai tanto valorizava.

A proximidade familiar é a ferramenta fundamental no desenvolvimento da autoestima elevada, autoconfiança, resiliência e criatividade dos filhos.

Família bússola
Vale lembrar que, segundo Alicia Bárcena (2018), chefe da CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), 65% dos alunos da Educação Fundamental terão empregos que ainda não existem atualmente.

Assim, uma criação que trace caminhos e destinos prontos pode ser prejudicial ao desenvolvimento dessas habilidades e competências que podem ser importantes no futuro. A educação deve apontar possíveis nortes, entendendo que o importante é oferecer ferramentas para que o jovem possa trilhar seu próprio caminho com autonomia -como faz uma família bússola.

Eu Maduro e Pensar antes de agir e reagir
Como segunda sugestão, indicamos dois filmes que podem ser analisados sob perspectivas parecidas: “127 horas” e “Perdido em Marte”.

O primeiro conta uma história real de um jovem que se vê encalhado em uma fenda de rochas e fica com um dos braços preso a uma gigantesca pedra e sem possibilidades de socorro.
https://www.youtube.com/watch?v=ivp3I_8shRg&feature=emb_imp_woyt 

O segundo narra a fictícia história de um astronauta deixado para trás sozinho no Planeta Vermelho após uma missão de exploração.
https://www.youtube.com/watch?v=QVX5DSzRn14

Os dois filmes trazem em seus protagonistas a figura do “Eu Maduro”,  capaz de gerenciar suas emoções. Mesmo diante das adversidades, dos estímulos de carga emocional negativa captados pelo Fenômeno RAM (Registro Automático da Memória) e a formação de janelas e plataformas killers – que assassinam nossa autoestima e esperança – quando esse processo chega ao campo do comportamento e da consciência, a figura do “Eu” sobressai, realizando o Pensar Antes de Agir e Reagir, não deixando que as ações sejam reflexos involuntários e explosivos.

Os dois protagonistas têm atos ponderados e pensados para que possam auxiliar na melhor solução da situação problema. Nas cenas em que seus planos não saem como o esperado, o “Eu Maduro” atua permitindo que os personagens sejam resilientes, se atenham ao propósito e não sejam contaminados pela falha e a frustração.

Em nossas vidas, quantas vezes fizemos “montanhas” de situações que eram “pequenas pedras” em nossos caminhos, simplesmente porque nosso “Eu” não teve maturidade o bastante para se livrar de armadilhas como Vitimismo e Coitadismo?

Empatia, Gatilho da reciprocidade e as técnicas de Gestão da Emoção
Por último, indicamos os filmes “Código de Conduta” e “Violência Gratuita”, duas histórias que nos levam a sentir pena e desejo de superação, mesmo que por meio da vingança dos protagonistas.

https://www.youtube.com/watch?v=n34wVRu0-rQ
https://www.youtube.com/watch?v=qgtqlgOvfxU

As duas histórias fazem uso do antagonismo como forma de vitimizar aqueles que representam a figura do “mocinho”. Assistindo aos filmes, não estranhe ao se perceber tomado pelo desejo de justiça com as próprias mãos.

Dentre muitos motivos, isto se dá pelo Gatilho da Reciprocidade, instinto natural de retribuirmos da mesma forma quando alguém nos gera algum valor. Ou seja, quando alguém nos gera um valor positivo, é natural que façamos o mesmo em retribuição, e o mesmo se dá no caso de um valor negativo. Nos filmes, este gatilho se dá por conta da empatia que sentimos pelos protagonistas.

Segundo a pesquisadora Brené Brown (2015), a empatia acontece por meio da  conexão emocional criada com relação à pessoa por quem sentimos empatia propriamente, ou seja, ela acontece quando compartilhamos do sentimento vivenciado pelo outro, validando a emoção sentida. No entanto, o Gatilho da Reciprocidade é apenas uma tendência e, nos casos de valor negativo, devemos refletir sobre ele para não acabar fazendo justiça com as próprias mãos.

Trazendo para nossas vidas, como temos reagido em momentos que nossos familiares nos atingem gerando um valor negativo? Será que, impulsivamente, retribuímos da mesma forma ou conseguimos refletir e utilizar técnicas de Gestão da Emoção, como D.C.D. ou Silêncio Proativo, que nos permitem ressignificar nossas janelas e plataformas Killer e promover o acolhimento?

Muito mais do que uma sessão de cinema em família, que tal fazermos deste momento uma oportunidade de reflexão sobre o nosso filme da vida? Pense nisso e bom filme a todos!

E aí, gostou das nossas dicas? Quer saber mais sobre como aproveitar os momentos em família? Então, confira este outro artigo que separamos para você e saiba qual a importância de manter a saúde emocional da família.

Fonte: https://escoladainteligencia.com.br/blog/cinema-em-familia-para-refletir/